RSC realiza treinamento com equipe técnica e fortalece atuação junto a comunidades do Cerrado
Dando continuidade às ações do projeto Governança Feminina, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) realizou, nesta terça-feira (16), com a equipe técnica da organização, um Treinamento em Metodologias Participativas. A iniciativa faz parte de um processo de fortalecimento institucional voltado a qualificar a forma como a Rede se relaciona com povos e comunidades tradicionais que atuam na conservação e na restauração do Cerrado.
O encontro foi conduzido por Sirlene Barbosa, consultora responsável pela elaboração do Protocolo de Orientações e Metodologias Participativas, documento construído de forma coletiva e que reúne princípios éticos e caminhos práticos para o trabalho em territórios tradicionais e rurais.
Segundo Sirlene Barbosa, o guia não nasce de uma visão individual, mas de um processo construído a muitas mãos. “Esse guia foi pensado coletivamente, com a contribuição de várias pessoas e experiências. Ele surge da necessidade de orientar as instituições sobre como chegar, como conversar e como se posicionar diante de uma comunidade tradicional ou de uma comunidade rural”, explicou.
Durante o treinamento, a consultora destacou que o material funciona como um guia de boas práticas para nortear a comunicação e a atuação institucional. “A proposta é organizar esse diálogo. Muitas vezes, na tentativa de fazer o bem, instituições acabam atropelando processos, tempos e decisões coletivas. O guia ajuda a evitar isso, mostrando caminhos mais respeitosos e eficazes”, afirmou.
O documento está estruturado em 12 tópicos, que abordam desde o primeiro contato com a comunidade até a devolutiva das informações e o uso de metodologias participativas. De acordo com Sirlene Barbosa, a ideia é justamente facilitar a compreensão e a aplicação no dia a dia. “A organização do guia vai pelo caminho mais fácil. Ele não é um texto complicado ou distante da realidade. É um material pensado para ser usado, consultado e adaptado”, ressaltou.
Para a consultora, a simplicidade da linguagem é um dos pontos centrais do trabalho. “A gente fala de ética, de respeito e de direitos, mas com uma linguagem simples, direta, que dialoga com quem está na ponta, tanto nas instituições quanto nas comunidades”, acrescentou.
Coordenadora do Núcleo de Gestão da RSC, Cibele Santana evidenciou a importância do Treinamento. “A troca reforçou a importância de respeitar e reconhecer os processos internos de decisão das comunidades e garantir o protagonismo local em todas as etapas dos projetos. A RSC já tem uma história muito bonita de trabalho com as comunidades tradicionais e o guia vem para fortalecer o que já existe, alinhando a prática da Rede a princípios de comunicação, escuta e construção coletiva”, completou.