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RSC apresenta ações de restauração no Sertão Zen durante o Fórum Caminhos dos Veadeiros

Durante o Fórum Caminhos dos Veadeiros, realizado nesta quinta-feira (4), o biólogo Augusto Silva-Coelho, coordenador de Restauração do Projeto “Sementes do Cerrado: caminhos para o fortalecimento da cadeia de restauração ecológica inclusiva nos corredores da biodiversidade“, executado pela Rede de Sementes do Cerrado com apoio do edital Floresta Viva do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apresentou um panorama das ações de conservação e restauração ecológica realizadas no trecho do Sertão Zen, uma das áreas mais impactadas da trilha dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. 

A fala do Coordenador integrou a mesa que discutiu como diferentes iniciativas podem somar esforços pela proteção do território. Augusto explicou que o Sertão Zen sofre um processo acelerado de degradação, agravado pelo solo arenoso e pela intensa visitação, que já resultaram em mais de 40% de erosão e perda visível de solo. Desde 2021, a RSC, em parceria com a VerdeNovo e apoio do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e o Caminho dos Veadeiros, por meio de projetos, tem realizado campanhas de campo, experimentado técnicas de restauração e elaborado diagnósticos para orientar as intervenções no local. A utilização das técnicas foram pensadas levando em consideração não só os pontos apresentados, mas também pela dificuldade logística de restaurar a área do Sertão Zen. 

Entre as ações apresentadas, destaca-se a estratégia que une manejo da trilha, soluções baseadas na natureza e reorganização da visitação. Uma das mudanças mais importantes foi o fechamento da trilha antiga, que concentrava o fluxo e intensificava o processo erosivo. A abertura de novos caminhos permitiu que a área desativada começasse a se regenerar naturalmente.

No trabalho de restauração ativa, Augusto Silva detalhou o uso de técnicas simples e adequadas ao Campo úmido: instalação de barreiras com troncos e sacos de juta para conter erosões, transplantio de leivas para recuperar áreas expostas e o aproveitamento de materiais encontrados no próprio ambiente, como cupinzeiros abandonados e troncos caídos. Tudo pensado para reduzir o impacto e favorecer o retorno da vegetação nativa, que ainda cobre cerca de 30% da área.

O biólogo também destacou os avanços na gestão da trilha, que passou por setorização, reforço da sinalização e construção de um cronograma integrado com guias, brigadistas e a equipe gestora do Parque. “A restauração no Caminho dos Veadeiros acontece porque é coletiva. A ciência fornece as ferramentas, mas é o envolvimento da comunidade que garante continuidade”, ressaltou.

As próximas etapas incluem ampliar as estruturas de contenção, seguir com a revegetação e fortalecer o trabalho de sensibilização com visitantes e parceiros. “A experiência no Sertão Zen mostra a importância da união entre conhecimento técnico, manejo adequado e participação social para restaurar áreas emblemáticas do Cerrado e garantir a conservação do Caminho dos Veadeiros”, concluiu Augusto Silva-Coelho.

 O Projeto

Executado pela RSC, o projeto“Sementes do Cerrado: caminhos para o fortalecimento da cadeia de restauração ecológica inclusiva nos corredores da biodiversidade” visa restaurar 200 hectares com espécies nativas do bioma, promovendo a inclusão produtiva por meio da cadeia das sementes e da mobilização comunitária. Vale destacar que o projeto é financiado pelo Edital Corredores da Biodiversidade da Iniciativa Floresta Viva, promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A iniciativa tem como objetivo apoiar projetos de restauração ecológica em diferentes biomas brasileiros, contando com o apoio da Petrobras e do FUNBIO como parceiro gestor.

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