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Restauração inclusiva que transforma a vida de comunidades cerratenses

Mais do que recuperar áreas degradadas, buscamos restaurar vínculos entre pessoas, territórios e modos de vida. Atuamos com sementes nativas como instrumento de transformação socioambiental, promovendo justiça social, conservação do Cerrado e fortalecimento das comunidades envolvidas.

Ao longo de duas décadas, conectamos diferentes elos da cadeia da restauração ecológica, apoiando grupos de base comunitária, especialmente formados por mulheres, povos tradicionais e agricultores familiares. Atualmente, apoiamos sete grupos de coletores e restauradores de base comunitária: Associação de Coletores de Sementes da Chapada dos Veadeiros – Cerrado de Pé (GO), Rede de Sementes do Araguaia (TO/PA), Rede de Sementes do Oeste da Bahia (BA), Rede de Coletores Geraizeiros (MG), Cooperuaçu – Cooperativa dos Agricultores Familiares e Extrativistas do Vale do Peruaçu (MG), Sementes do Paraíso (MG) e APROSPERA – Associação dos Produtores Agroecológicos do Alto São Bartolomeu (DF). Esses grupos envolvem cerca de 360 coletores, dos quais mais da metade são mulheres, que atuam de forma sustentável na coleta, beneficiamento e comercialização de sementes nativas e restauração ecológica.

Desde 2017, estruturamos um mercado pioneiro de sementes nativas voltado à restauração por semeadura direta, técnica que vem sendo aprimorada com base em pesquisa aplicada e na valorização dos saberes locais. Já comercializamos mais de 76 toneladas de sementes, beneficiando centenas de famílias e contribuindo para a restauração de mais de 850 hectares em diferentes territórios do Cerrado.

A partir de 2022, o incentivo aos grupos, antes focado exclusivamente na cadeia produtiva de sementes nativas, passou a abranger também sua atuação direta na restauração. A construção de uma restauração inclusiva passou a envolver as comunidades em todas as etapas do processo, não apenas como mão de obra, mas também como tomadoras de decisão e agentes técnicos, assumindo o protagonismo e a condução da restauração em seus próprios territórios. Esse processo é sustentado principalmente por meio de assistência técnica, capacitações (técnicas, tecnológicas e financeiras), além de diversas formas de troca de saberes e conhecimentos

Também promovemos capacitações, intercâmbios e a produção de conhecimento técnico e educativo. Já formamos mais de 1.300 pessoas, publicamos cerca de 20 livros, artigos e cartilhas, e produzimos mais de 10 materiais audiovisuais.

A restauração inclusiva tem sido idealizada e fortalecida por articulações como a Araticum – Articulação pela Restauração do Cerrado, da qual a RSC é cofundadora, e o Redário, que reúne 27 redes e grupos de coletores de sementes em todo o país, com participação ativa da RSC em seu Comitê Gestor. Mantemos ainda parcerias estratégicas com instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade de Brasília (UnB), Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Fundo Socioambiental CAIXA, entre outras.

Juntas, essas alianças ampliam nosso alcance, fortalecem a base comunitária, impulsionam o desenvolvimento técnico e promovem políticas públicas que asseguram um Cerrado em pé — com diversidade, protagonismo e futuro.