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    Tenda Araticum promove diálogo entre coletores e representantes de instituições federais durante X Encontro dos Povos do Cerrado

    Um espaço de debates, reflexões e trocas de experiências sobre a realidade do Cerrado brasileiro. Assim foi o X Encontro e Feira dos Povos do Cerrado que dos dias 13 a 16 de setembro reuniu representantes de diversas instituições para ouvir as comunidades sobre os desafios enfrentados pelos povos tradicionais que habitam neste importante bioma. Visando contribuir com as discussões, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) em parceria com o WWF-Brasil (Fundo Mundial para a Natureza) e a Rede Araticum promoveram oficinas sobre “Qual o papel das comunidades na restauração” e “Estratégias de restauração inclusiva e financiamentos para o Cerrado”.

    Presidente da RSC, Camila Motta destacou a importância de debater o assunto. “Promover a restauração inclusiva envolvendo as comunidades tem sido um dos pilares do trabalho da Rede de Sementes do Cerrado. É importante ressaltar que os nossos projetos são pensados de forma a fortalecer toda cadeia produtiva de sementes nativas para restauração, com foco nos coletores de sementes, solidificando a base e em consequência toda cadeia. A gente fica muito feliz de trazer esse tema para o Encontro dos Povos do Cerrado e de promover essa conexão entre os povos e culturas desse bioma tão rico e fundamental para a sobrevivência do planeta”.

    Edianilha Ribas, coletora de sementes da Rede de Coletores Geraizeiros ( Coocrearp Restauradores RDS) , destaca como os Geraizeiros têm desempenhado um papel crucial nesse trabalho de restauração. "Atualmente, nossa comunidade possui uma função de grande relevância. Ela é o ponto de partida quando se trata de coleta. Existe um esforço de conscientização junto aos proprietários e toda a equipe. O Cerrado é um bioma extraordinariamente rico, e nós somos apenas uma fração dessa abundância. Neste encontro, conseguimos dimensionar a diversidade que ele abriga e teremos a oportunidade de compartilhar e trocar experiências", completou.

    Presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) Rodrigo Agostinho, explicou que hoje a principal dificuldade do órgão é fazer com que o dinheiro arrecadado das multas retorne à natureza em forma de benefícios. “Sobre estas questões estamos elaborando estratégias na chamada conversão de multa, onde publicaremos editais para restauração dos diferentes biomas, incluindo o Cerrado. Outro ponto que precisa ser levado em consideração é que estes projetos devem estar em consonância com a vida e o trabalho já realizado pelas comunidades tradicionais. Teremos projetos para restauração em sementes, mudas e todas as outras formas de devolver a natureza as suas características originais” pontuou.

    O gestor enfatizou ainda sobre a Lei14119/2021, que institui a Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais (PNPSA) e incentiva a conservação dos ecossistemas, recursos hídricos, valorizando os conhecimentos tradicionais. “Essa legislação valoriza ações de manutenção ambiental, traz incentivo econômico à população e promove mudança de comportamento social”, detalhou Rodrigo Agostinho. Para a Vice-presidente da RSC, Anabele Gomes, o evento foi histórico. “Pela primeira vez tivemos diversos representantes do Governo Federal sentados à mesa, ouvindo os coletores de sementes nativas e dialogando sobre restauração. As vozes das comunidades ecoando foi muito potente e de uma relevância imensurável”, avalia.

    Além do presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, representantes do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Serviço Florestal Brasileiro e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) participaram do debate.

    Publicado em 19/09/2023

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