A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) participou nesta terça-feira (9) de uma audiência pública em celebração aos 50 anos da Embrapa Cerrados. O evento, realizado na Câmara dos Deputados, foi convocado pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais, a partir de iniciativa da deputada federal Dandara (PT-MG).

Além da RSC, a audiência reuniu representantes da Embrapa, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Durante o debate, foram destacados a importância do Cerrado, os direitos dos povos e comunidades tradicionais e o papel histórico da Embrapa para a agricultura brasileira. Também foi ressaltado o desafio de fortalecer a instituição como ponte entre a produção agrícola sustentável e a agenda da recomposição da vegetação nativa.

Representando a RSC, a Presidente Anabele Gomes apresentou a visão da organização para o futuro do bioma e da instituição. Ao destacar que a Embrapa revolucionou a agricultura com tecnologia nos últimos 50 anos, a gestora salientou que o desafio para as próximas décadas é fazer o mesmo pela restauração do Cerrado. “Precisamos incorporar a pesquisa com sementes nativas como um pilar central, porque o futuro é a bioeconomia da restauração. É desenvolver ciência que gere renda para os povos e comunidades, que melhore a eficiência da semeadura a um custo menor e que, acima de tudo, garanta a segurança hídrica do nosso país”, acrescentou.

Anabele Gomes, presidente da RSC, defende a bioeconomia da restauração como caminho para o futuro do Cerrado e para a segurança hídrica do Brasil - Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

A deputada Dandara reforçou o papel da Embrapa e a urgência de políticas públicas que coloquem o Cerrado no centro da conservação. O MMA, representado por Thiago Belote, trouxe a importância do Planaveg e o fortalecimento da cadeia de restauração. Já o MDA, por meio de Jânio Oliveira Coutinho, destacou a necessidade de políticas voltadas às florestas produtivas. A CNA, representada por Jaine Ariely Cubas, ressaltou o papel da agricultura familiar e da agropecuária sustentável nesse processo.

A celebração dos 50 anos da Embrapa Cerrados refletiu a pluralidade de vozes que defendem o futuro do bioma, unindo ciência, governo, setor produtivo e sociedade civil. “A Rede entende que a semente da conservação dos próximos anos foi plantada durante esta audiência pública. Estamos prontos para colaborar com a Embrapa e todos os parceiros para desenvolver tecnologias e políticas públicas que farão da bioeconomia da restauração uma realidade próspera para as comunidades e para o bioma”, concluiu Anabele Gomes.

Audiência pública celebrou os 50 anos da Embrapa Cerrados - Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados