Já imaginou abrir a janela de casa e se deparar com um jardim repleto de espécies nativas do Cerrado? Idealizado pela paisagista e arquiteta Mariana Siqueira, o projeto Jardins de Cerrado, que conta com o apoio da Rede de Sementes do Cerrado (RSC), tem mostrado que é possível aliar arquitetura, paisagismo e conservação. Em homenagem ao Dia do Paisagista e da Natureza, celebrado em 04 de outubro, o novo episódio do Podcast Semeando Cerrado entrevista esta paisagista que por meio do seu trabalho vem valorizando aspectos estéticos e ecológicos de savanas e campos do Brasil.

Mariana Siqueira conta como surgiu a ideia de fazer um jardim com plantas nativas do Cerrado e os desafios enfrentados ao colocar o projeto em prática. A paisagista lembra que em suas visitas aos viveiros se deparou com a falta de espécies como os capins e ervas típicas do bioma. “Havia muitas árvores, mas os capins, as ervas, arbustos, por exemplo ninguém cultivava. Foi aí que conheci a equipe da RSC e tive acesso ao trabalho de restauração executado por eles, por meio da técnica da semeadura direta. A parceria surgiu em uma conversa com o presidente da Associação Cerrado de Pé, Claudomiro Almeida, sobre a possibilidade de cultivar estas plantas para introduzir nos jardins. Abrimos um viveiro experimental em São Jorge e começamos a produzir dezenas dessas plantas”, recorda.

Por meio desta iniciativa, o paisagismo tem se tornado uma ferramenta estratégica para revelar a beleza do Cerrado, e ainda, uma oportunidade de contribuir para a criação de vínculos entre a cultura urbana e a natureza brasileira. Como cliente e grande parceira da RSC, Mariana Siqueira agrega a questão socioambiental ao seu trabalho, já que a produção de sementes nativas, além da conservação ambiental, gera renda para pequenos produtores, assentados e quilombolas da Região da Chapada dos Veadeiros. Vale lembrar que, quase 50% das sementes comercializadas pela Rede possuem grande potencial para o paisagismo.

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