Celebrado em 5 de Junho, o dia Mundial do Meio Ambiente foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para chamar a atenção de todas as esferas da sociedade sobre a importância da conservação dos recursos naturais, sobretudo, para os problemas ambientais.
A bióloga e professora do departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB), Isabel Schmidt, acredita que se existe uma data dedicada ao Meio Ambiente é sinal que ele está muito ameaçado. “Muitas vezes, a sociedade, os países, os governantes agem como se a natureza fosse uma inimiga que precisa ser dominada. O que precisa ser feito é organizar melhor e extrair recursos da natureza de forma racional e com o menor impacto possível. O que acontece é destruição de recursos essenciais para as nossas vidas”, destaca a professora.
Ao reforçar o papel do Meio Ambiente no fornecimento de água e alimentos, Isabel ressalta a importância do uso sustentável e racional dos recursos naturais. “A água que sai da torneira vem de áreas de recarga de aquíferos dos rios e córregos que permitem que os reservatórios estejam cheios. A gente precisa do Meio Ambiente para se alimentar e até mesmo para avançar na produção tecnológica, uma vez que as matérias primas para a fabricação destes produtos também são extraídas da natureza. A gente precisa do Meio Ambiente para tudo. Por isso, fazer o uso sustentável e racional dos recursos naturais é importante para manter a vida”, acrescenta.
A bióloga cita pequenas mudanças na forma de consumo que podem contribuir com a conservação ambiental. “ Uma forma de colaborar com a conservação é valorizar a agricultura familiar, comprar produtos da chamada sociobiodiversidade que são produzidos com menos impactos ambientais. Assim, além de ajudar na questão ambiental, é possível contribuir com a geração de renda das pessoas que vivem perto da natureza, que zelam pelo meio ambiente e que entendem sobre a importância de não esgotar os recursos naturais”, salienta.
Neste contexto de conservação e geração de renda, Isabel Schmidt destaca o trabalho realizado pela Rede de Sementes do Cerrado por meio do projeto Mercado de Sementes e Restauração: Promovendo Serviços Ambientais e Biodiversidade que conta com o apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF) e do Instituto Caixa Seguradora. “As sementes comercializadas pela RSC que são usadas para restauração, são exemplos de produtos da sociobiodiversidade, que vêm do extrativismo e são extraídas com todo cuidado para não causar impactos nas áreas nativas. É uma iniciativa que ajuda a restaurar o bioma de forma barata e eficiente e ao mesmo tempo, gera renda para famílias e populações tradicionais da região da Chapada dos Veadeiros”, completa a professora.
Publicado em 05/06/2020