Durante a roda de conversa realizada dentro da programação do Dia de Campo que aconteceu na última quarta-feira, 22, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) destacou os resultados de projetos que visam o fortalecimento da cadeia produtiva de sementes nativas para a restauração. Na oportunidade, a Presidente da RSC Camila Motta apresentou um diagnóstico do trabalho desenvolvido por meio do Projeto Tecendo Redes e Espalhando Sementes, financiado pelo projeto Cerrado Resiliente – CERES, através do Fundo de Promoção de Paisagens Produtivas Ecossociais (PPP-ECOS) que é gerido pelo Instituto População Sociedade Natureza (ISPN).
A Presidente explicou que a iniciativa tem se mostrado vital na consolidação de uma rede sólida de pequenos grupos e entidades envolvidos na produção de sementes nativas. “Apesar de um tempo curto de execução e já em sua fase final, o projeto trouxe para a Rede um grande potencial de trabalhar redes de sementes, pois é uma rede que apoia pequenos grupos. Com esse projeto apoiamos diretamente sete grupos na questão da produção de sementes de base comunitária”, ressaltou a gestora ao pontuar os aspectos sociais e econômicos gerados pela produção de sementes de base comunitária e o potencial de inclusão social proporcionado por esse modelo de trabalho. “São iniciativas que contribuem não apenas para a conservação ambiental, mas também para o desenvolvimento social e econômico das comunidades envolvidas”, acrescentou.
Camila Motta destacou também a trajetória da RSC relembrando a importância da organização no fomento da restauração ecológica. “A Rede de Sementes do Cerrado surgiu há 20 anos, época em que pouco se falava sobre restauração do Cerrado. Fomos criados para trabalhar a produção de sementes num período que não havia mercado. Hoje com o avanço da restauração, estamos conseguindo trazer impactos econômicos, sociais e ambientais”, completou.
Dia de Campo
foto: Luana Santa Brígida
Com o objetivo de fortalecer estratégias de conservação e sustentabilidade do bioma Cerrado, a Associação de Coletores Cerrado de Pé (ACP) e a Rede de Sementes do Cerrado (RSC), em parceria com o WWF-Brasil e Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), realizaram o “Dia de Campo de restauração do Cerrado”. A iniciativa aconteceu no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
Para a execução do plantio feito por meio da semeadura direta, no Mulungu, foi utilizado uma tonelada de sementes nativas de 50 espécies. Após o plantio de sementes, os participantes do Dia de Campo visitaram à Casa de Sementes, localizada em Alto Paraíso de Goiás e no Polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), acompanhados de representantes da União Europeia, WWF- Holanda e WWF Brasil, participaram de uma roda de conversa que discutiu vários assuntos, entre eles, o potencial de inclusão social, bem como o potencial dos frutos do Cerrado, alguns já utilizados na exportação.
Publicado em 27/11/2023