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    Como a restauração ecológica pode reduzir os impactos no clima

    As mudanças climáticas são um dos maiores desafios ambientais enfrentados pela humanidade e têm impactado o bioma do Cerrado de diversas formas. Um levantamento apresentado em 2022 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o aumento da temperatura média global pode chegar a 3°C até o final deste século. Neste contexto, o Cerrado brasileiro vem sofrendo com o aumento na frequência e intensidade de eventos extremos, como grandes incêndios e secas prolongadas .

    Só para se ter uma ideia, de 1970 para cá, o planeta está mais quente do que nos últimos dois mil anos. Este aquecimento pode resultar em efeitos catastróficos para a humanidade e segundo o relatório, para minimizar tais efeitos há urgência na mudança de comportamento e estilo de vida social além de ações para conservação e restauração ambiental

    De acordo com um levantamento realizado pelo MapBiomas, a área atingida por incêndios florestais no Brasil entre janeiro e outubro de 2022 teve aumento de 80%, em comparação com o mesmo período de 2021, o que resultou em impactos negativos na fauna e flora locais, e no agravamento da crise hídrica em algumas regiões. A expansão da agricultura e pecuária e a consequente degradação do Cerrado aumentam de forma significativa a emissão de gases de efeito estufa e o que agrava ainda mais os efeitos das mudanças climáticas.

    Analista Ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Alexandre Sampaio, evidencia que a degradação está tão grande que 50% da área do Cerrado já foi desmatada. “Isso implica que serviços ambientais tão necessários para nossa vida como por exemplo a produção de água, não estão funcionando da forma que deveria. Precisamos mudar a nossa forma de encarar a nossa relação com o meio ambiente”, afirma o especialista, que também é membro do Conselho Consultivo da Rede de Sementes do Cerrado.

    Sampaio pontua ainda, a necessidade de restaurar áreas que são extremamente importantes para o ecossistema. "Para mim a restauração é o caminho, pois muitas áreas que precisam estar com vegetação hoje em dia já foram desmatadas”, completa o doutor em Ecologia pela Unb e PHD pela Universidade do Havaí.

    Na contramão da degradação que o Bioma vem sofrendo, a RSC tem feito a diferença na luta para conservar o Cerrado, bioma que é considerado caixa d’água do Brasil, uma vez que abriga seis das oito principais bacias que abastecem o país e a América Latina.

    A RSC atua na cadeia produtiva de sementes nativas, no fomento da restauração ecológica por meio da semeadura direta, na pesquisa com espécies nativas e na implementação de políticas públicas que favorecem as comunidades locais gerando renda através da coleta e comercialização de sementes nativas que são usadas na restauração de áreas degradadas. Em dois projetos que hoje são executados pela RSC há previsão de restaurar em torno de 800 hectares degradados em diferentes regiões do Bioma.

    Vale ressaltar que essas sementes são coletadas por pequenos produtores rurais, assentados e quilombolas que integram a Associação Cerrado de Pé. A iniciativa permite a valorização do bioma e influência na mudança de comportamento social comprovando que é possível reconectar com o Cerrado, desempenhar um trabalho que gera renda e contribui na mitigação das mudanças climáticas.

    Fot: Dudu Coladetti

    Publicado em 16/03/2023

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