No último ano, a região do Lago Oeste, em Brasília, foi uma das grandes atingidas com incêndios. Com o objetivo de promover a restauração do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) realizou, no último sábado, 18, a Oficina de Muvuca e Plantio de uma Unidade Demonstrativa. O evento aconteceu na CooperPalmas, no Núcleo Rural do Lago Oeste, em Sobradinho II, e reuniu cerca de 60 participantes. Além da CooperPalmas, a iniciativa foi realizada em parceria com a Associação de Produtores do Lago Oeste (ASPROESTE) e a Associação Amigos da Floresta.
Presidente da RSC, Anabele Gomes, ressaltou o sucesso da atividade. “Iniciamos com um café comunitário colaborativo, seguido pela apresentação das instituições parceiras. Em seguida, exibimos o curta-metragem Vellozia, que trouxe reflexões importantes sobre a restauração Bárbara Pachêco, especialista em restauração ecológica e CEO da Verdenovo Sementes. A roda de conversa liderada por ela, trouxe uma abordagem sensível sobre o Cerrado, ressaltando a importância de conhecê-lo e respeitá-lo para uma restauração efetiva”, destacou.
Sobre o plantio, Anabele Gomes evidenciou que, depois de um ano tão sofrido para a região do Lago Oeste, trazer a restauração para aquela área foi fundamental. "Este ano foi extremamente desafiador para o Lago Oeste, que enfrentou incêndios devastadores e teve a sua biodiversidade afetada. Por isso, trazer a restauração para essa região, utilizando a técnica de muvuca e envolvendo a comunidade local, é um passo para a recuperação do nosso Cerrado. Estamos renovando a esperança de que, com ações coletivas e engajamento, é possível reconstruir e fortalecer nosso meio ambiente. A participação de todos aqui é a prova de que, juntos, conseguimos fazer a diferença", disse.
Prática no campo
Na etapa prática, os participantes tiveram a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos em uma área de Cerrado sentido restrito, realizando o plantio de mudas e sementes utilizando a técnica da muvuca. Essa abordagem combina diferentes estratos ecológicos – arbóreo, arbustivo e herbáceo – para simular a complexidade natural do bioma. Durante a atividade, os participantes aprenderam sobre a seleção de sementes, a mistura ideal e a sequência correta de plantio.
“Foi uma verdadeira aula teórico-prática, onde todos puderam entender como a restauração é planejada e executada. A integração entre teoria e prática proporcionou uma experiência única, enriquecedora e conectada à realidade do Cerrado”, acrescentou a Presidente.
Financiador
A atividade contou com o financiamento da HEKS/EPER (Fundação de apoio das igrejas evangélicas da Suíça), uma instituição que há mais de 30 anos apoia projetos socioambientais no Brasil. É importante destacar que a oficina realizada no Lago Oeste também foi uma iniciativa voltada à compensação das emissões de carbono da instituição, entre 2023 e 2024, por meio do apoio do escritório da HEKS no Brasil. A parceria entre as organizações reforçou ainda mais os esforços de restauração ecológica no Cerrado.
Publicado em 21/01/2025