Os processos de degradação ambiental da Amazônia não devem ser descritos como “savanização da floresta”, é o que alerta o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Em nota de esclarecimento, a organização socioambiental com 30 anos de atuação para conservação do Cerrado enfatiza que o uso do termo induz ao entendimento de que savana é sinônimo de degradação, desmatamento e empobrecimento de espécies nativas.
De acordo com a nota elaborada por pesquisadoras do instituto, as savanas são compostas por “ecossistemas únicos, complexos e exclusivos, assim como as florestas”. O Cerrado, por exemplo, é a savana mais biodiversa do mundo, abrigando 5% de todas as espécies do planeta e 30% das espécies nacionais, muitas delas endêmicas, ou seja, encontradas somente neste bioma.
“Considerar ‘savanização’ um processo de degradação ambiental, além de ser equivocado e pejorativo, também prejudica a luta em defesa do Cerrado, hoje o bioma mais ameaçado do Brasil por ter perdido metade de sua vegetação original e pelas elevadas taxas de desmatamento. A exploração da fronteira agrícola pelo agronegócio se beneficia com a ideia de um bioma supostamente ‘pobre’”, afirma a pesquisadora Lívia Carvalho, assessora técnica do ISPN.
A nota, direcionada a ONGs ambientais e comunicadores que por vezes repetem o termo sem perceber os possíveis impactos negativos, pode ser conferida na íntegra aqui.
(Fonte: ClimaInfo)
Publicado em 15/03/2021