COP30: RSC leva experiências de restauração do Cerrado e debate a importância das comunidades na conservação do bioma
A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) participa, em Belém (PA), a partir desta segunda-feira (10) da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A presença da Rede reforça o protagonismo das comunidades locais e das redes de sementes nativas na construção de soluções para o enfrentamento da crise climática e na promoção da restauração ecológica em larga escala.
Durante a conferência, a RSC integrará uma ampla programação de atividades, em parceria com instituições, redes e organizações que atuam pela restauração ecológica e pela valorização da sociobiodiversidade.
Presidente da RSC, Anabele Gomes destaca que participar da COP30 é uma oportunidade de dar visibilidade às experiências do Cerrado e às práticas de restauração conduzidas por comunidades e povos tradicionais. “As redes de sementes são um exemplo de como é possível restaurar e, ao mesmo tempo, fortalecer vínculos sociais e econômicos nos territórios. Estar na COP30 é reafirmar que a restauração inclusiva é construída por muitas mãos e que os povos do Cerrado têm um importante papel na agenda climática global”, afirma.
COP30
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) é o maior encontro internacional sobre o tema, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento reúne representantes de governos, sociedade civil, instituições científicas e organizações comunitárias de todo o mundo para definir estratégias e compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa e adaptação às mudanças do clima.
Em 2025, a COP acontece pela primeira vez na Amazônia, com o objetivo de destacar o papel dos biomas brasileiros na transição ecológica global. A participação da Rede de Sementes do Cerrado reforça o caráter integrador da conferência, conectando experiências de restauração e conservação em diferentes regiões do país.
Programação da RSC
A programação da Rede de Sementes do Cerrado (RSC) na COP30 começa na terça-feira (11), com o painel “Cerrado e Restauração: a coleta de sementes como vetor da sociobioeconomia”, às 10h, na Casa da Sociobioeconomia (Hostel Antonieta, Belém/PA). O evento, organizado pela Araticum, Redário e RSC, discutirá o papel da coleta de sementes nativas na restauração ecológica e na valorização da sociobiodiversidade do Cerrado.
Na quarta-feira (12), às 10h, a RSC participa da mesa-redonda “Redes Biomáticas — Conectando a Restauração no Brasil”, organizada pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE) e pela Araticum, na Zona Cinza da COP30. O encontro reunirá representantes das principais redes biomáticas do país para debater o papel dessas articulações na ampliação das ações em larga escala e no fortalecimento da governança colaborativa.
Representando a Articulação pela Restauração do Cerrado (Araticum), Anabele Gomes apresentará o conceito de Restauração Inclusiva, que valoriza o protagonismo das comunidades locais e dos povos tradicionais na recuperação dos ecossistemas e na promoção da sociobiodiversidade.
Na quinta-feira (13), a RSC marca presença em dois momentos: o painel “Sistemas Agroflorestais e Restauração”, às 14h, na Zona Cinza (Agrizone), e o evento “Sementes que Unem Povos: Vozes e Saberes Comunitários pela Restauração e Justiça Climática”, às 16h15, no Pavilhão do Círculo dos Povos (Zona Verde), organizado pela RSC e pelo Redário. O encontro trará experiências e saberes de comunidades coletoras, destacando a força das redes de sementes na construção de soluções baseadas na natureza e na justiça climática.
Na sexta-feira (14), a Rede participa do painel “Sementes da Mudança: Adotando o Método Muvuca para a Restauração da Biodiversidade e das Relações Sociais”, às 10h, na Arena da Embrapa (Agrizone). O evento abordará o uso da muvuca de sementes como ferramenta de restauração ecológica e fortalecimento das relações sociais nos territórios. As inscrições estão disponíveis em: https://embrapa.agrizone.app.br/.
A programação segue no sábado (15), com o painel “Redário na COP30: Redes de Sementes e Restauração em Ação”, às 10h, no Pavilhão Belém +10 (Zona Verde), e a participação da RSC encerra na segunda (17), com o “Diálogo sobre o Fortalecimento da Cadeia da Restauração Ecológica”, às 9h, na Casa Belterra (Belém/PA), promovido pela Nativas Brasil – Associação Brasileira dos Produtores de Sementes e Mudas Nativas.
Sobre a RSC
A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) é uma associação civil, sem fins lucrativos, reconhecida como organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), fundada em 2004, cuja missão é conectar os elos da restauração, com protagonismo das comunidades na conservação do Cerrado. Referência na produção de sementes nativas do Cerrado, a RSC atua na gestão de projetos socioambientais, em ações de restauração ecológica, pesquisa aplicada e articulação política e técnica. Ao longo de sua trajetória, a RSC tem sido uma agente de mudanças, transformando a realidade do Cerrado e inspirando ações de conservação e sustentabilidade ambiental.