A Rede de Sementes do Cerrado (RSC), em parceria com a Semeia Cerrado iniciaram nesta segunda-feira (17) e segue até sexta (21), o plantio no Assentamento Itaúna, em Planaltina de Goiás. Com o apoio da comunidade local, a iniciativa, que integra o projeto Sementes do Cerrado: caminhos para o fortalecimento da cadeia da restauração ecológica inclusiva nos corredores de biodiversidade, prevê a restauração ecológica de 49,27 hectares de Reserva Legal (RL).

De acordo com Jimena Stringuetti, coordenadora do Núcleo Projetos da RSC e gerente da Cadeia Produtiva do projeto, a equipe técnica da Rede acompanhou o primeiro dia de plantio e contribuiu para fortalecer o diálogo entre equipes e comunidade assentada.  “A visita nos permitiu conhecer melhor as áreas onde serão realizados os plantios, o trabalho diário das famílias assentadas e os desafios práticos da restauração em campo”, explicou Jimena Stringuetti.

No Assentamento Itaúna estão sendo aplicadas duas técnicas de restauração por semeadura direta: o plantio em linhas, em covetas, que organiza as sementes em sulcos ou pontos específicos, facilitando o manejo e o monitoramento e a Nucleação por sementes que concentra a semeadura em núcleos, favorecendo a regeneração natural e a formação de manchas de vegetação que com o tempo se expandem e conectam a paisagem.

Vice-presidente da RSC e Coordenadora do Projeto, Natanna Horstmann evidenciou que para escolher as espécies que são utilizadas no plantio, a equipe leva em consideração o uso que se faz no Cerrado. “Temos no plantio muitas sementes de plantas que têm aproveitamento na alimentação local, como o pequi, o baru, cajuzinho, justamente para fortalecer o modo de vida das pessoas do Cerrado e o uso que elas já fazem dessa vegetação”, pontuou. No plantio foram utilizados 646 kg de sementes nativas de quase 30 espécies do Cerrado.

A restauração está sendo conduzida de forma inclusiva, com a participação direta das famílias assentadas

Protagonismo comunitário

A restauração da Reserva Legal está sendo conduzida de forma inclusiva, com a participação direta das famílias assentadas em todas as etapas, do planejamento ao plantio. A proposta é que a restauração ambiental caminhe junto com o fortalecimento social e econômico da comunidade, valorizando o conhecimento local e ampliando oportunidades de geração de renda. 

O projeto Sementes do Cerrado busca fortalecer a cadeia da restauração ecológica no bioma, articulando produção de sementes nativas, técnicas adequadas de plantio e inclusão de agricultores e agricultoras como protagonistas desse processo.

A iniciativa é financiada pelo Edital Corredores da Biodiversidade, da Iniciativa Floresta Viva, promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto conta com apoio da Petrobras e tem o FUNBIO como parceiro gestor.

No plantio foram utilizados 646 kg de sementes nativas de quase 30 espécies do Cerrado