PROJETO Águas Cerratenses: Semear para brotar
Metas governamentais de restauração de ecossistemas são estimadas em 12 milhões de hectares, mas para viabilizar seu cumprimento é necessário a estruturação da cadeira de suprimentos regionalmente e a inserção de áreas com passivo ambiental, que estas possibilitam a otimização dos processos de restauração com economia de escala. A adequação ambiental da propriedade rural é uma demanda legal, mas mais do que isso é também uma oportunidade para o desenvolvimento de alternativas sustentáveis de geração de renda com benefícios sociais para comunidades rurais em situação de risco.
Para que seja possível restaurar em escala é preciso que haja uma cadeia produtiva de sementes de espécies nativas capaz de suprir a demanda de milhares de hectares. Esta cadeia produtiva, quando estruturada com a participação das comunidades locais, potencializa a capacidade produtiva de sementes nativas, ao mesmo tempo que gera benefícios sociais e fortalece o desenvolvimento científico e tecnológico em relação à biodiversidade nativa.
Diante disso, o projeto “Águas Cerratenses: Semear para Brotar” tem como linha estrutural a sensibilização e envolvimento de propriedades rurais para regularização ambiental, conforme definição na legislação federal - Código Florestal, bem como o fortalecimento cadeia de produção de sementes nativas de base comunitária para geração de renda familiar de grupos vulneráveis. Por meio da análise de dados apresentados no Cadastro Ambiental Rural- CAR, estimamos a demanda e interesse de proprietários em aderir ao Programa de Regularização Ambiental – PRA, como beneficiário das ações de recomposição da vegetação nativa.
Sendo assim, o objetivo dessa iniciativa é viabilizar de forma inovadora a restauração em larga escala na região do Cerrado brasileiro, no Norte Nordeste de Goiás, região de importância ecológica e hídrica, na Bacia do Tocantins Araguaia, região do Alto Médio Tocantins.
O projeto conta com o apoio de uma rede de parceiros que vem atuando, há pelo menos dez anos, no fortalecimento dos elos da cadeia produtiva da restauração do Cerrado. A Associação de Coletores de Sementes Cerrado de Pé-ACP é uma dessas organizações, operando com o fornecimento de sementes nativas de base comunitária. A ACP abrange quatro cidades da região da Chapada dos Veadeiros e possui 98 associados, pertencentes a comunidades rurais, perirurais, assentados e quilombolas, sendo que 90% têm apenas o ensino fundamental ou escolaridade inferior e 60% são mulheres. Um recorte significativo dos participantes da ACP são os quilombolas da comunidade Kalunga em Cavalcante, onde 90% dos coletores são mulheres, tendo na produção de sementes nativas sua fonte de renda principal. Ao todo foram 30 toneladas de sementes produzidas e um total de R$ 776.000,00 de recurso repassados aos coletores.
Desta forma, em parceria com a empresa Semeia Cerrado e com a ACP, a Rede de Sementes do Cerrado pretende com este projeto viabilizar a restauração de pelo menos 600 hectares, principalmente, por meio da técnica da semeadura direta, que permite o aumento da escala de produção de sementes nativas de base comunitária e, consequente, transferência de renda com a conservação das áreas nativas. A proposta visa a expansão planejada da produção de sementes nativas junto a ACP juntamente com a realização de estudos para quantificação de carbono absorvido com a restauração e, ainda, a realização de ações estratégicas de educação ambiental para crianças e jovens da região.
O projeto Águas Cerratenses tem vigência de 36 meses (trinta e seis meses), contados a partir da data de sua assinatura (23/11/2021).
O valor total do PROJETO é de R$ 10.111.151,40 (dez milhões, cento e onze mil, cento e cinquenta e um reais e quarenta centavos).
O projeto Águas Cerratenses tem vigência de 36 meses (trinta e seis meses), contados a partir da data de sua assinatura (23/11/2021).
O valor total do PROJETO é de R$ 10.111.151,40 (dez milhões, cento e onze mil, cento e cinquenta e um reais e quarenta centavos).